Médicos-veterinários têm papel essencial na preservação ambiental

O médico-veterinário, profissional de formação generalista, torna-se figura muito importante na questão ambiental. Desde uma atuação mais direta, como em projetos conservacionistas ou na área de perícia de crimes ambientais envolvendo animais, até indiretamente como no caso dos estabelecimentos de saúde animal que são geradores de resíduos de serviços de saúde com grande potencial poluidor e na agroindústria, também potencial geradora de resíduos poluentes.

Além disso, o médico-veterinário atua, cada vez mais, na área de bem-estar animal, visando proporcionar condições dignas e que respeitem as especificidades de cada espécie. Neste 5 de junho, data em que é comemorada o Dia Mundial do Meio Ambiente, o CRMV-RJ destaca o papel desses profissionais para a garantia do futuro do nosso planeta.

“Na área de produção animal, a questão ambiental é cada vez mais presente pois não é mais possível tapar os olhos, em pleno século XXI, para os possíveis impactos ambientais dessa atividade econômica tão importante para o Brasil. Desse modo, o médico-veterinário pode colaborar para o desenvolvimento rural sustentável, em que há a compatibilização da produção animal de ponta com o respeito ao ambiente”, disse o médico-veterinário Flavio Fernando Batista Moutinho (CRMV-RJ 5495), que é professor adjunto do Departamento de Saúde Coletiva Veterinária e Saúde Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF).

E emendou: “Por fim, e fundamental para a Medicina Veterinária, é a atuação no contexto da Saúde Única, que entende que a saúde humana, animal, vegetal e ambiental estão intrinsecamente relacionadas. Nesse ínterim, a atuação do médico-veterinário torna-se de extrema importância na prevenção da ocorrência de spillover, quando patógenos de espécies silvestres acabam atingindo a população de animais domésticos e de humanos, propiciando o afloramento de doenças emergentes com potencial pandêmico”.

Moutinho ainda declarou que a Medicina Veterinária é fundamental na visão de Saúde Única, exatamente por atuar visando a proteção da saúde humana, animal e ambiental.

“Deveria ser natural a valorização desse profissional no contexto da Saúde Única. Mas esse reconhecimento não ocorre por si só. É necessário que cada médico-veterinário se reconheça como um profissional de saúde, independentemente de sua área de atuação. Desse modo ele pode perceber a relação que sua área de atuação tem ou pode ter com a saúde humana, ambiental e vegetal, para além da saúde animal. Acredito que, somente assim, ao nos reconhecermos como profissionais de Saúde Única na prática, e não somente de maneira retórica, a população de modo geral e, principalmente, os gestores de políticas públicas perceberão a dimensão da nossa importância profissional”, finalizou.

Flavio Fernando Batista Moutinho (CRMV-RJ 5495)

Doutor em Medicina Veterinária pela UFF (2014), mestre em Ciência Ambiental pela UFF (2001), especialização em Vigilância em Saúde Ambiental (UFRJ, 2017), especialização em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação à Distância pela UFF (2015), especialização em Política e Pesquisa em Saúde Coletiva pela UFJF (2008), especialização em Vigilância Sanitária pela UFJF (2007), especialização em Saúde de Ecossistemas pela ENSP/FIOCRUZ (2005), licenciado em Geografia pela UERJ (2017), graduado em Administração pela UFJF (2011) e em Medicina Veterinária pela UFF (1997).

Tem experiência na área de Vigilância em Saúde (vigilância ambiental, epidemiológica e sanitária) e em docência. Atualmente, é médico-veterinário do Centro de Controle de Zoonoses do Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses da Fundação Municipal de Saúde de Niterói, e professor associado do Departamento de Saúde Coletiva Veterinária e Saúde Pública da Faculdade de Veterinária da UFF, e do Programa de Pós-graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva, parceria da UFF, UFRJ, UERJ e Fiocruz.

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