Coprofagia canina: Por que alguns cães têm o hábito de comer as próprias fezes?

No dia a dia do clínico de pequenos animais, é muito comum a pergunta dos responsáveis por animais: “Doutor(a), por que meu cão costuma comer o próprio cocô?”. É importante que o clínico, como formador de opinião, informe que as fezes, além de serem locais propícios à proliferação de fungos e bactérias, podem transmitir vírus e parasitas caso o cão esteja infectado.

A coprofagia, termo técnico que designa o ato de ingerir fezes, pode envolver tanto as próprias fezes do animal (autocoprofagia) quanto as de outros animais (alocoprofagia). Em herbívoros, a coprofagia pode ter surgido como um mecanismo evolutivo para extrair o máximo de nutrientes dos alimentos consumidos.

Cães com dietas inadequadas podem recorrer à coprofagia para suprir deficiências de nutrientes. Cães com fome exacerbada, anormal, ou que estejam em dietas para combater a obesidade também podem apresentar esse comportamento.

As causas comportamentais também merecem destaque. O estresse e a ansiedade podem desencadear um apetite pervertido em cães entediados, levando-os a manipular as fezes como passatempo ou para chamar a atenção dos tutores.

Verminoses também podem gerar a coprofagia, pois a presença de parasitas no sistema digestivo pode desnutrir o animal, levando-o a buscar nutrientes nas fezes.

Diante de tantas possibilidades para a coprofagia, o ideal é que o animal seja avaliado por um médico-veterinário, que irá elaborar um protocolo terapêutico para controlar esse comportamento.

O CRMV-RJ recomenda evitar técnicas de reforço negativo para ensinar o pet onde fazer suas necessidades. Em vez disso, recompensar o cão com petiscos, brinquedos e carinho sempre que ele fizer suas necessidades no lugar certo, além de oferecer rações de qualidade e passeios frequentes, pode mitigar esse comportamento. A coprofagia não é apenas um hábito desagradável; é um sinal de que algo pode estar errado com a saúde do cão.

Rolar para cima