Ministério da Saúde confirma duas mortes por Febre Oropouche no Brasil. Saiba a importância dos médicos-veterinários no combate às arboviroses

O Ministério da Saúde confirmou, nesta quinta-feira (25), a ocorrência de duas mortes por febre oropouche no Brasil, além da investigação de um terceiro caso. Segundo a pasta, “até o momento, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença”. A confirmação desses casos destaca a necessidade urgente de ações efetivas no combate às arboviroses, e os médicos-veterinários desempenham um importante papel nesse contexto.

A febre do Oropouche é uma doença causada por um vírus transmitido principalmente pelo mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Os sintomas são parecidos com os da dengue e da chikungunya, incluindo febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular e dor articular. Outros sintomas, como tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados. Casos mais graves podem incluir o acometimento do sistema nervoso central, como meningoencefalite, especialmente em pacientes imunocomprometidos, e há relatos de manifestações hemorrágicas.

A febre oropouche é uma arbovirose que compõe a lista de doenças de notificação compulsória, classificada entre as doenças de notificação imediata devido ao seu potencial epidêmico e alta capacidade de mutação. Até 6 de julho de 2024, 7.044 casos de FO foram confirmados no Brasil, com transmissão autóctone em 16 estados e com o local provável de infecção em investigação em outras três unidades federativas.

O CRMV-RJ alerta que o aquecimento global pode influenciar de alguma forma o comportamento da doença. Longas estiagens e o desmatamento na região amazônica podem disseminar a ocorrência desta enfermidade para outras regiões. Mesmo que a febre oropouche seja uma arbovirose mais endêmica ao norte do Brasil, as autoridades sanitárias devem redobrar as atenções e monitorar outras regiões como sul e sudeste devido a essas mudanças de comportamento climático no país.

A atuação dos profissionais médicos-veterinários é fundamental e abrange a promoção da saúde humana, a promoção da saúde e do bem-estar animal, e a preservação do meio ambiente, conforme consta da Constituição Federal e na lei de criação da Medicina Veterinária (artigos 5º e 6º da Lei Federal nº 5.517/1968). O médico-veterinário é o maior responsável pela conscientização da população e, baseados nessa premissa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) referenciam a atuação da Medicina Veterinária como uma das únicas profissões que trabalham com populações e não com indivíduos.

Os médicos-veterinários são relevantes disseminadores dos conhecimentos que podem proteger uma população contra as arboviroses, diminuindo a sua prevalência e sua incidência por meio de procedimentos para o controle do mosquito, preservação da saúde humana e do meio ambiente.

“Os médicos-veterinários podem integrar as equipes Multiprofissionais na Atenção Primária à Saúde (eMulti), conforme Portaria GM/MS nº 635/2023. Não mediremos esforços para sensibilizar nossos governantes a entenderem a grandiosidade de nossa profissão e que estes nós possamos de fato, compor o eMulti. O médico-veterinário é, sobretudo, um educador sanitário aos munícipes de nosso estado”, declarou o presidente do CRMV-RJ, Diogo Alves.

Prevenção

Para prevenir a febre oropouche, recomenda-se evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível; usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele; manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas; e seguir as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.

Importante: Em caso de sintomas suspeitos, procure ajuda médica imediatamente e informe sobre sua exposição potencial à doença.

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