O simpósio “Panorama da Raiva no Estado do Rio de Janeiro”, promovido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), foi realizado nesta quinta-feira (26), no auditório do CRMV-RJ em Campos dos Goytacazes, durante a semana mundial de conscientização sobre a raiva.
A raiva, uma das doenças zoonóticas mais antigas conhecidas, é considerada um importante problema de saúde pública, pois mata anualmente cerca de 59 mil pessoas em todo o mundo. É uma doença viral zoonótica, evitável por vacina e fatal após o início dos sintomas. Considerando a mudança do perfil epidemiológico no Brasil, vem se observando um maior registro de casos de raiva humana causada por animais silvestres (variante 3 – Avg3), em vez da transmissão por cães (variante 1 e 2 — Avg1 e Avg2).
O evento contou com a participação de médicos-veterinários, zootecnistas, engenheiros agrônomos e outros profissionais das áreas de ciências agrárias e saúde, que discutiram estratégias de controle e prevenção da raiva no estado, além de debater o impacto das mudanças ambientais na proliferação do vírus.
Um dos destaques do evento foi a mesa-redonda intitulada “Integração ambiente, saúde animal e saúde humana para a vigilância e controle da raiva no estado do Rio de Janeiro”, onde os participantes apresentaram sugestões, levantaram dúvidas e trouxeram novas perspectivas sobre a questão. O conselheiro Carlos Alberto Magioli (CRMV-RJ 1345) explicou que, a partir desse debate, será elaborado um documento conclusivo com as principais recomendações e contribuições dos palestrantes. “Esse documento será encaminhado às autoridades e instituições competentes, com o objetivo de fortalecer a vigilância e controle da raiva no estado”, destacou Magioli.
A médica-veterinária Lia Marcia de Paula Bruno (CRMV RJ-2166), que atua na Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (SEAPPA), ressaltou a relevância do simpósio para os profissionais do interior do estado.
“Esse evento foi espetacular para nós. Falar sobre raiva, especialmente para quem não vê isso com frequência, é fundamental. Nós, que trabalhamos há anos no campo, sabemos o quanto a raiva continua existindo. Recentemente, tivemos casos em Laje do Muriaé. Com esses eventos, conseguimos interagir com todos os órgãos que podem nos ajudar a controlar a doença”, afirmou.
Ana Bárbara Freitas Rodrigues (CRMV-RJ 5656), coordenadora de curso e egressa da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), reforçou a importância de eventos como esse para aproximar profissionais experientes e estudantes.
“Muitos dos jovens desconhecem os sinais da raiva e só ouvem falar sobre o tema nos livros. Esse tipo de evento, que traz profissionais capacitados e permite essa interação, é essencial. Discutimos, inclusive, a comunicação sobre o tema, que precisa ser mais interativa e eficaz. O conselho está cumprindo seu papel ao se aproximar da universidade e dos proprietários”, destacou.
O simpósio, coordenado pela Academia de Medicina Veterinária no Estado do Rio de Janeiro (AMVERJ) e com o apoio de instituições como o Ministério da Agricultura, a Secretaria Estadual de Saúde e a PESAGRO, reforçou a necessidade de uma abordagem integrada entre as áreas de saúde animal, humana e ambiental para o controle eficaz da raiva.