O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), Diogo Alves, apresentou à deputada federal Jandira Feghali uma proposta de Projeto de Lei que visa regulamentar e oficializar o CaniCross e outras modalidades esportivas derivadas no Brasil. A proposta, agora transformada estabelece que essas atividades devem ser realizadas sob a supervisão obrigatória de médicos-veterinários, garantindo a segurança e o bem-estar dos cães atletas.
O CaniCross, uma modalidade onde o humano corre junto com o cão, atrelados por equipamentos específicos, vem ganhando popularidade no país. Além dessa prática, o projeto também abrange o bikejoring (cão atrelado a uma bicicleta) e o scooterjoring (cão atrelado a um patinete), ambas esportes de tração que envolvem o trabalho conjunto entre humanos e cães.
A iniciativa do presidente do CRMV-RJ de levar essa demanda à deputada Jandira Feghali busca assegurar que o bem-estar animal esteja no centro dessas práticas esportivas. Segundo Diogo, “a presença de um médico-veterinário nos eventos é fundamental para garantir que os cães estejam em condições físicas adequadas, além de prevenir possíveis maus-tratos e oferecer suporte imediato em casos de emergências”.
Caso se transforme em projeto de lei, a proposta também estabelecerá requisitos específicos para a realização dos eventos. Além de contar com a supervisão de pelo menos um médico-veterinário com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) homologada pelo CRMV, o evento deve seguir normas internacionais de segurança. Os cães devem estar identificados com microchips e coleiras com as informações de seus responsáveis, e os praticantes humanos devem utilizar equipamentos específicos, como guias elásticas e cintos de segurança.
Outro ponto importante da proposta é a obrigatoriedade de exames veterinários para garantir a saúde dos animais. Cães que participam dessas atividades precisam ter no mínimo 12 meses de idade, não apresentar condições físicas que os impeçam de correr, como problemas respiratórios ou cardíacos, e apresentar carteira de vacinação atualizada. Também são exigidos exames cardiológicos, como ecocardiogramas e eletrocardiogramas, para monitorar a saúde dos cães anualmente.
Para além da regulamentação das práticas esportivas, a proposta é que eventos competitivos só possam ocorrer em condições favoráveis para os animais, com largadas organizadas de forma a evitar aglomerações e preferencialmente em terrenos naturais, como terra ou grama, para minimizar riscos de lesões. Os organizadores devem seguir as normas climáticas, com eventos realizados em temperaturas inferiores a 25º C e, preferencialmente, no início ou final do dia.
Caso aprovado, o projeto representará um avanço significativo para o reconhecimento do CaniCross e esportes similares, promovendo a prática esportiva responsável e protegendo os cães envolvidos.
Com essa iniciativa, o CRMV-RJ se coloca à frente na defesa da saúde e segurança dos animais, reforçando a importância do médico-veterinário nas atividades que envolvem animais e pessoas, e contribuindo para o desenvolvimento de esportes cada vez mais conscientes e regulamentados no país.