Uma das principais propostas da campanha do CRMV-RJ tornou-se realidade: a esporotricose humana agora faz parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória e deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O avanço foi pactuado durante a 1ª Reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) de 2025, realizada nesta quinta-feira (30), em Brasília.
Desde o período eleitoral, o CRMV-RJ vinha articulando junto ao Ministério da Saúde para garantir esse reconhecimento, destacando a importância zoonótica da doença e o papel essencial do médico-veterinário na prevenção e controle. O compromisso sempre foi levar esse pedido de inclusão da esporotricose na Lista de Notificação Compulsória ao Ministério da Saúde, com a Ministra Nisia Trindade, ressaltando o protagonismo dos médicos-veterinários na Saúde Única e Pública.
Com a decisão, o Ministério da Saúde trabalha na organização dos serviços de saúde do Brasil para o enfrentamento da doença. Entre as ações planejadas estão a elaboração de ficha de notificação e investigação no Sinan, o desenvolvimento de um protocolo de vigilância para a esporotricose humana, a qualificação de profissionais de assistência à saúde e vigilância epidemiológica, a estruturação da rede diagnóstica laboratorial e o planejamento estratégico para a oferta de medicamentos antifúngicos diante da provável maior demanda.
Atualmente, há registro da esporotricose humana em 26 dos 27 estados brasileiros. Embora o tratamento esteja disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), estima-se que a doença ainda não seja plenamente identificada e tratada em todo o país, o que torna esse processo de implantação da vigilância das micoses endêmicas fundamental.
A esporotricose humana é a micose de implantação mais prevalente no mundo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais, ocorrendo nas cinco regiões do Brasil. Causada por fungos do gênero Sporothrix spp., a doença pode ser transmitida por meio de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira, contato com vegetais em decomposição ou arranhadura ou mordedura de animais, sendo o gato o mais comum transmissor.
A inclusão da esporotricose humana na lista de notificação compulsória é um marco histórico e um passo essencial para a formulação de políticas públicas eficazes, garantindo melhor controle e prevenção da doença. O CRMV-RJ segue comprometido com a valorização da Medicina Veterinária e a defesa da Saúde Única.