Assim como ocorre na Medicina, presidente do CRMV-RJ Diogo Alves propõe sistema de internato na graduação em Medicina Veterinária

Garantir que médicos-veterinários estejam realmente preparados para os desafios da profissão. Esse é o objetivo da proposta de um Projeto de Lei (PL) que o presidente do CRMV-RJ, Diogo Alves, irá apresentar esta semana a parlamentares, em Brasília, defendendo a inclusão do internato obrigatório na graduação em Medicina Veterinária, medida que pode revolucionar o sistema acadêmico.

A proposta visa a criação de um estágio curricular obrigatório de dois anos, em regime de internato, como parte integrante da graduação. Os estudantes estariam inseridos em serviços próprios, conveniados ou em parcerias firmadas com Secretarias de Saúde municipais e estaduais.

“Esse modelo tem o potencial de transformar a qualidade da formação em Medicina Veterinária no Brasil, unindo teoria e prática de forma consistente e estruturada, beneficiando tanto os futuros profissionais quanto a sociedade”, destacou o presidente Diogo Alves.

Atualmente, a graduação em Medicina Veterinária no Brasil tem, em média, cinco anos de duração, com carga horária dividida entre aulas teóricas e práticas. Contudo, muitos profissionais formados enfrentam dificuldades para atender às demandas do mercado, especialmente em áreas que exigem habilidades técnicas específicas e expertise prática.

O cenário é agravado pelo crescente número de cursos de Medicina Veterinária no país. Em 2022, o Brasil contava com 536 instituições autorizadas, sendo 22 no modelo de Ensino a Distância (EaD). Em comparação, os Estados Unidos possuem apenas 32 faculdades e a Europa inteira reúne 95. Esse aumento desordenado impacta diretamente a qualidade da formação e, consequentemente, a segurança e o bem-estar dos animais e da população.

A proposta considera que o internato seria um ato educativo-acadêmico supervisionado, desenvolvido em diferentes cenários de ensino, como clínicas, laboratórios e fazendas, com carga horária de até 40 horas semanais. Assim como na Medicina Humana, o objetivo é oferecer aos estudantes a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, sob a orientação de profissionais experientes.

O conceito de Saúde Única, que integra saúde animal, humana e ambiental, também reforça a importância de uma formação robusta e prática. Com essa abordagem, doenças podem ser prevenidas e combatidas de forma integrada, garantindo a segurança dos alimentos e o controle de zoonoses, que podem ser transmitidas pelo consumo de produtos de origem animal contaminados ou pelo impacto ambiental inadequado.

Ao propor o sistema de internato, o CRMV-RJ busca assegurar que os médicos-veterinários formados no Brasil tenham a expertise necessária para atuar em uma profissão que, além de cuidar da saúde e do bem-estar animal, impacta diretamente a saúde pública e a sustentabilidade ambiental.

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