A tuberculose bovina é uma doença de evolução lenta que representa riscos graves tanto para a saúde animal quanto para a humana. Afetando bovinos, bubalinos, equinos, ovinos, caprinos, suínos, cães, gatos e o homem, a enfermidade é transmitida principalmente pela respiração, em situações de contato direto ou indireto com animais infectados. Outra forma de contaminação ocorre por meio de alimentos contaminados, como o leite. Em humanos, os riscos estão associados ao consumo de leite cru ou mal fervido, de derivados lácteos preparados com leite cru, à ingestão de carne mal cozida ou seus derivados e ao convívio direto com animais doentes.
É importante destacar que queijos, especialmente o frescal, podem transmitir a tuberculose se forem produzidos com leite não pasteurizado ou mal fervido. Por isso, é fundamental consumir apenas produtos de origem animal com procedência comprovada, devidamente inspecionados e identificados com selos como SIF (Serviço de Inspeção Federal), SIE (Serviço de Inspeção Estadual) ou SIM (Serviço de Inspeção Municipal), garantindo assim a segurança dos alimentos.
Os sinais da tuberculose em bovinos e bubalinos aparecem apenas em estágios avançados da doença, quando os animais apresentam perda significativa de peso, dificuldade respiratória, tosse seca e fraqueza, embora possam transmitir o problema durante todo o período de contaminação. No homem, a tuberculose pode se manifestar na forma pulmonar, com sintomas como febre, catarro, emagrecimento, dores no peito e costas e, em casos graves, sangramentos durante acessos de tosse. Na forma extrapulmonar, a doença pode atingir órgãos como rins, ossos, articulações, fígado, baço, cérebro e pele, apresentando sintomas que variam conforme o órgão afetado.
Além dos impactos à saúde, a tuberculose bovina gera prejuízos econômicos significativos para os produtores, como redução no ganho de peso dos animais, queda na produção de leite, necessidade de eliminação de animais doentes, morte de animais, condenação de carcaças no abate e comprometimento da comercialização de produtos e animais.
Dado que não existe tratamento nem vacina contra a tuberculose bovina, a única forma de combatê-la é por meio da prevenção, de acordo com o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT). O CRMV-RJ recomenda a realização de exames periódicos nos bovinos e bubalinos, conduzidos por médicos-veterinários habilitados, e a comercialização apenas de animais com exames negativos. Além disso, é essencial consumir somente leite fervido ou pasteurizado e carne bem cozida, assada ou frita, e evitar a presença de cães e gatos no curral, especialmente durante a ordenha.
Outra medida importante é certificar a propriedade como livre ou monitorada para brucelose e tuberculose, garantindo maior segurança para o rebanho e para os consumidores. A prevenção é indispensável para proteger a saúde coletiva, reduzir os impactos econômicos e assegurar a qualidade na pecuária.