Aumento de casos de acidentes com escorpião no Rio de Janeiro e a importância do médico-veterinário

A cada ano, o número de acidentes com animais peçonhentos no Brasil cresce de forma alarmante. Em 2024, até o mês de março, a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro registrou 101 casos de acidentes com escorpião em todo o estado. Entre esses casos, 69 foram classificados como leves, 17 como moderados, 14 não foram especificados e 1 foi considerado grave. Em comparação, durante todo o ano de 2023, houve um total de 818 ocorrências.

Os escorpiões, pertencentes à classe dos aracnídeos e parentes próximos das aranhas e carrapatos, são altamente adaptáveis e encontraram nas áreas urbanas um ambiente propício para proliferação. Essa expansão para os centros urbanos aumenta o risco de acidentes, especialmente no verão, quando o clima quente e úmido favorece o aparecimento desses animais em esgotos e entulhos. Contudo, é importante ressaltar que os escorpiões podem causar acidentes em qualquer estação do ano, inclusive no inverno.

A presença crescente desses aracnídeos em áreas urbanas ressalta a importância do papel dos médicos-veterinários na saúde pública. Esses profissionais desempenham funções essenciais no manejo e controle de animais peçonhentos, como os escorpiões. Suas atividades incluem:

  • Educação e conscientização: Os médicos-veterinários educam a população sobre os riscos associados aos escorpiões, como evitar picadas e o que fazer em caso de um encontro.
  • Prevenção e controle: Eles aconselham sobre medidas preventivas para manter escorpiões afastados de residências e áreas de convivência, como manter o ambiente limpo e livre de entulhos, vedar frestas e rachaduras, e usar barreiras físicas.
  • Diagnóstico e tratamento: No caso de animais de estimação picados por escorpiões, os médicos-veterinários diagnosticam a picada e fornecem o tratamento adequado e suporte médico para aliviar os sintomas e salvar a vida do animal.
  • Pesquisa e vigilância: Médicos-veterinários podem participar de pesquisas sobre a biologia dos escorpiões, suas toxinas e métodos eficazes de controle. Eles também monitoram a incidência de picadas, ajudam a identificar áreas de alto risco e produção do soro antiescorpiônico para os seres humanos.
  • Colaboração interdisciplinar: Trabalham em conjunto com profissionais de saúde pública, biólogos e entomologistas para desenvolver estratégias integradas de controle de escorpiões e mitigação de riscos.
  • Resposta a emergências: Em casos de surtos de picadas de escorpiões, os médicos-veterinários ajudam a coordenar a resposta, fornecendo informações precisas e tratamento de emergência para animais afetados.

Medidas de prevenção

Para evitar acidentes com escorpiões, é essencial adotar algumas medidas preventivas:

  • Manter jardins e quintais limpos, evitando acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e material de construção.
  • Evitar folhagens densas próximas a paredes e muros, mantendo a grama aparada e limpando periodicamente terrenos baldios vizinhos.
  • Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois escorpiões podem se esconder neles.
  • Combater a proliferação de insetos, que servem de alimento para os escorpiões.
  • Verificar hortifrutigranjeiros e outros produtos quanto à presença de escorpiões.
  • Vedar frestas e buracos em paredes, ralos, assoalhos e vãos entre o forro e as paredes.

Os cidadãos podem colaborar enviando informações sobre a ocorrência de escorpiões em sua região, ligando para 0800 022 1036 ou enviando um e-mail para sac@vitalbrazil.rj.gov.br.

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