Médica-veterinária carioca é reconhecida pela Forbes como uma das 50 mulheres que levam o agro do Brasil para o mundo

A médica-veterinária Ana Lucia de Paula Viana, nascida no Rio de Janeiro e registrada no CRMV-PR sob o número 6238, foi indicada pela Forbes na prestigiada lista das “50 Mulheres que Levam o Agro do Brasil para o Mundo”. Esse reconhecimento celebra as contribuições de profissionais que, como Ana, dedicam-se à promoção do agronegócio brasileiro em escala global, reforçando a importância da liderança feminina no setor.

A lista, divulgada no Dia Internacional da Mulher Rural, comemorado no dia 15 de outubro, destaca mulheres brasileiras que se estabeleceram no exterior e estão fazendo a diferença em diversas áreas, especialmente na produção de alimentos e bioenergia. Entre os nomes, Ana Lucia se sobressai por sua trajetória de quase duas décadas no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e por seu recente cargo como adida agrícola nos Estados Unidos, para onde foi selecionada em 2024.

A profissional, que já havia sido reconhecida como uma das 100 mulheres mais influentes do agro pela Forbes em 2021, expressou durante entrevista ao24 Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) sua profunda gratidão ao receber essa nova honraria.

“Fiquei extremamente honrada e emocionada com mais essa indicação. Ser reconhecida mais uma vez pela Forbes, especialmente em uma lista tão relevante e ao lado de mulheres incríveis, é uma validação não só do meu trabalho, mas também do esforço coletivo de muitas mulheres que estão transformando o agronegócio no Brasil. Esse reconhecimento me motiva a continuar buscando inovação, representatividade e fortalecimento das nossas exportações, especialmente em um cenário global tão competitivo”, disse.

Formada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) em 2002, Ana Lucia trilhou uma carreira exemplar. Seu ingresso no Serviço de Inspeção Federal (SIF), no Paraná, deu início à sua especialização em defesa sanitária. Ao longo dos anos, ela assumiu funções de grande relevância no Mapa, tornando-se diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) entre 2019 e 2023, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo na história.

Ana reconhece que atuar no agronegócio, um setor historicamente dominado por homens, trouxe desafios significativos, mas também oportunidades de superação e crescimento profissional.

“O agronegócio ainda é um setor tradicionalmente dominado por homens, e algumas vezes precisei provar meu valor além das expectativas impostas pelo meu gênero. Mas acredito que o conhecimento, a capacidade de liderança e a resiliência são as melhores respostas para enfrentar qualquer desafio”, afirmou a profissional.

Ela ainda explicou que trabalho como auditora fiscal federal e diretora do DIPOA foi marcado pela modernização e desburocratização dos processos de inspeção, sempre priorizando a segurança e a qualidade dos produtos. Ana Lucia também destacou a importância da capacitação contínua de sua equipe, o que resultou em fiscalizações mais eficientes e parcerias internacionais fortalecidas.

“Durante minha gestão, implementamos programas de capacitação para os auditores fiscais, o que aumentou a eficiência das fiscalizações. Também fortalecemos as parcerias internacionais, garantindo que nossos produtos atendessem aos mais altos padrões globais de qualidade e segurança alimentar”, destacou.

Liderança no exterior

Em 2024, Ana aceitou o desafio de representar o Brasil como adida agrícola nos Estados Unidos. A transição para essa nova função foi intensa, exigindo uma adaptação rápida às dinâmicas internacionais do comércio agrícola e às particularidades da legislação e do mercado norte-americano.

“Sair do Brasil para atuar em Washington exigiu uma adaptação rápida às dinâmicas internacionais do comércio agrícola e à cultura local. A diferença de legislação, a amplitude de temas e o perfil do mercado americano exigem muito estudo e preparação. Felizmente, pude contar com uma equipe experiente, tanto no Brasil quanto nos EUA, o que facilitou a integração e permitiu que eu trouxesse uma visão estratégica para fortalecer ainda mais a presença do agronegócio brasileiro nos Estados Unidos”, declarou.

Um dos pontos mais ressaltados na trajetória internacional de Ana é o uso da inteligência cultural, habilidade essencial para líderes globais: “Lidar com diferentes culturas, especialmente em negociações comerciais, exige empatia, flexibilidade e uma compreensão profunda dos valores e comportamentos locais”, explicou. Essa competência é central em sua atuação como adida agrícola, na qual ela busca construir pontes, adaptar estratégias e facilitar diálogos entre o Brasil e os Estados Unidos, respeitando sempre as diferenças culturais e colaborando com autoridades e parceiros comerciais de outros países.

Como representante dos interesses do agronegócio brasileiro em um dos mercados mais competitivos do mundo, Ana contou que enfrenta desafios constantes. No entanto, ela acredita que, com um trabalho técnico consistente e parcerias estratégicas, é possível abrir novos caminhos para o agronegócio brasileiro no exterior.

“O maior desafio é lidar com a complexidade do mercado americano, que é altamente regulado e competitivo, além das questões relacionadas à sustentabilidade e às exigências ambientais, que são cada vez mais rigorosas”, disse.

Ao ser questionada sobre o conselho que daria às mulheres que desejam seguir carreira no agronegócio, Ana Lucia foi enfática: “Meu principal conselho é: não tenha medo de ocupar espaços e sempre esteja preparada. O agronegócio é um setor que oferece muitas oportunidades, mas também exige muita dedicação e conhecimento técnico. Acredite no seu potencial e invista em formação e redes de relacionamento. E lembre-se, desafios existem, mas são eles que nos impulsionam a crescer.”

O reconhecimento da Forbes é mais um marco na trajetória de Ana Lucia de Paula Viana, que ao longo de sua carreira, tem demonstrado competência, dedicação e capacidade de liderar em um dos setores mais desafiadores da economia global. Sua atuação como médica-veterinária, auditora fiscal e agora adida agrícola nos Estados Unidos reflete a importância do profissional médico-veterinário no fortalecimento do agronegócio brasileiro e na representação do país no exterior.

O CRMV-RJ se orgulha imensamente da trajetória de Ana Lucia e do impacto que sua atuação tem gerado para o agronegócio brasileiro no mundo. Sua liderança e contribuições são exemplos que inspiram futuras gerações de médicos-veterinários a perseguirem excelência em suas áreas e a expandirem as fronteiras do conhecimento e da inovação.

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