Empresa do interior do Rio de Janeiro maquiou e revendeu carne imprópria que ficou submersa em enchente. Saiba os riscos de consumir esse produto

A operação Carne Fraca, deflagrada pela Delegacia do Consumidor (Decon) revelou um esquema envolvendo a revenda de carnes impróprias para consumo humano e animal. Segundo as investigações, uma empresa localizada em Três Rios, no interior do Rio de Janeiro, adquiriu 800 toneladas do material, que haviam sido submersas durante as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024. A carne, que deveria ser descartada ou destinada à produção de ração animal, foi adulterado e comercializado como próprio para consumo humano, segundo a Polícia Civil.

Os produtos, que incluíam carnes bovina, suína e de aves, passaram por processos para mascarar os danos causados pela lama e pela água. Posteriormente, foram distribuídos para mercados e açougues em várias regiões do Brasil. A situação expôs consumidores a sérios riscos de saúde, como intoxicação alimentar e contaminação por bactérias, podendo levar a complicações graves, especialmente em crianças, idosos e gestantes.

A tesoureira do CRMV-RJ e presidente da Comissão Estadual de Alimentos, Isabelle Campello, destaca que os consumidores devem adotar medidas preventivas para garantir a segurança dos alimentos que consomem.

“Verificar a procedência dos produtos, priorizar marcas reconhecidas e observar rótulos e embalagens são atitudes fundamentais. Além disso, evitar preços muito abaixo do mercado pode prevenir a aquisição de produtos irregulares ou fraudulentos”, orienta.

Além dos riscos à saúde humana, o descarte inadequado de alimentos comprometidos representa uma violação às normas sanitárias e ambientais.

“Carne imprópria não pode ser usada como matéria-prima para ração ou qualquer outro produto destinado ao consumo animal ou humano. O correto é o descarte seguro e dentro das normas”, reforça Campello.

Papel do Responsável Técnico

O Responsável Técnico desempenha um papel fundamental na garantia da segurança dos alimentos ao longo de toda a cadeia produtiva. Ele é encarregado de implementar e supervisionar boas práticas de fabricação, transporte e armazenamento, além de realizar auditorias e inspeções para identificar possíveis irregularidades.

“O RT é fundamental para prevenir fraudes e garantir que alimentos e matérias-primas estejam em conformidade com as normas sanitárias. Ele responde civil e criminalmente por qualquer irregularidade na produção e comercialização”, explica Campello.

Necessidade de fiscalização intensiva

Casos como este ressaltam a importância de uma fiscalização rigorosa por parte das autoridades competentes. Inspeções frequentes em empresas produtoras e pontos de venda, além da aplicação de sanções severas aos envolvidos em irregularidades, são medidas indispensáveis para prevenir a comercialização de alimentos impróprios.

Campello também aponta a relevância de campanhas de conscientização voltadas ao consumidor. “Promover o consumo responsável e divulgar informações sobre a importância de alimentos seguros são ações essenciais para proteger a saúde pública”, conclui.

A segurança dos alimentos é um compromisso que envolve toda a sociedade, desde a produção até o consumo. Fraudes como as investigadas em Três Rios destacam a necessidade de vigilância constante e ações conjuntas entre autoridades, profissionais e consumidores.

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