No mês internacional da mulher, celebramos as trajetórias inspiradoras de mulheres que deixam sua marca na história da Medicina Veterinária e da Zootecnia. Uma dessas mulheres é Renata Falcão Rabello da Costa (CRMV-RJ 6092), que iniciou sua carreira na década de 90, quando ingressou na Universidade Federal Fluminense para cursar Medicina Veterinária. Desde então, ela trilhou um caminho de estudos e dedicação, culminando em um mestrado e doutorado em Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal.
Em 2005, após ser aprovada em concurso público, ela assumiu uma posição na Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro, onde se viu enfrentando resistência em um ambiente predominantemente masculino. Longe de casa e da família, a profissional enfrentou a solidão e o peso das responsabilidades, mas superou esses obstáculos com determinação e profissionalismo, atuando desde 2007 na Coordenação Setorial de Vigilância Zoossanitária e Combate às Doenças e a gerência do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros e outras encefalopatias, na Coordenadoria de Defesa Sanitária Animal.
A médica-veterinária conta que uma das realizações mais significativas foi sua nomeação como membro titular da Academia de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro, em 2017, reconhecimento de sua contribuição para a profissão e seu compromisso com a excelência.
“Quando passei no concurso, em 2005, fui lotada no interior, na região noroeste, onde assumi a responsabilidade da execução das ações do Serviço de Inspeção de produtos de origem animal em matadouros, fábricas de conserva e laticínios. Esse período foi um divisor de águas na minha vida, porque, de repente, me vi longe de casa e da minha família, sozinha, trabalhando em estabelecimentos onde a única mulher era eu e encarava certa resistência em relação a isso. Nesse momento eu senti o peso de toda essa mudança, pessoal e profissional. Foi muito difícil”, relembrou.
Renata também teve participação ativa em projetos com impacto notável, especialmente na área de educação sanitária, coordenados por colegas como Rosa Maria Antunes. Sua atuação em projetos sobre Raiva em Herbívoros demonstra seu compromisso com a saúde pública e a comunidade.
Sobre o papel das mulheres na Medicina Veterinária e na Zootecnia, Renata destaca o crescimento e destaque cada vez maiores que elas vêm conquistando. Ela explica que, com sensibilidade e dedicação, as mulheres têm contribuído significativamente para o desenvolvimento da área e para a sociedade como um todo.
“As mulheres estão ganhando espaço e se destacando em cargos importantes na profissão; elas têm muita sensibilidade, em todos os aspectos, e isso ajuda a desenvolver projetos promissores. Fazendo tudo com amor e respeito fica mais fácil. Ceder e dialogar são pontos fundamentais também”, destacou.
Ao equilibrar suas responsabilidades profissionais e pessoais, Renata enfatiza a importância do amor, respeito, diálogo e da busca por harmonia. Ela acredita que a mudança em direção à igualdade de gênero na Medicina Veterinária e na Zootecnia requer uma transformação cultural profunda, que só será alcançada com educação, empatia e expansão do pensamento.
“A mudança tem de ser cultural, nas raízes do ponto que gera a desigualdade. Isso é um desafio e não é fácil, porque é histórico. A sociedade ainda é machista e paternalista. Acredito que só o tempo, com educação de qualidade, com expansão do pensamento, com empatia, teremos um novo olhar”, disse.
Para as mulheres que buscam seguir uma carreira na Medicina Veterinária e Zootecnia, Renata oferece um conselho: “nunca desistam e busquem sempre aprender e se desenvolver”.
Esta matéria faz parte da campanha “A força da mulher brasileira impulsionando o país, a Medicina Veterinária e a Zootecnia”, uma homenagem às mulheres que estão deixando sua marca na profissão.