Aproxima-se a época da Páscoa, período marcado não só pela venda de chocolates, mas também pelo aumento do comércio envolvendo a “materialização” do Coelhinho para as crianças. Contudo, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) destaca que os animais de estimação não devem ser tratados como meros brinquedos. É importante lembrar que esses animais silvestres são extremamente sensíveis e requerem cuidados específicos ao longo de sua vida, que geralmente dura em média oito anos.
Segundo Diogo Alves, médico-veterinário e presidente do CRMV-RJ, o problema muitas vezes começa com a compra impulsiva desses animais, que muita das vezes acaba ocasionando no abandono. Ele ainda salienta que abandonar ou maltratar animais é um crime previsto pela Lei Federal nº 9.605/98.
“É essencial pensar e discutir com todos os membros da família antes de adquirir um animal, a fim de evitar que, após o momento inicial de empolgação, ocorra o abandono. É essencial saber que que a média de um coelho é de 6 a 8 anos, e que, embora sejam herbívoros, é necessário introduzir ração específica para a espécie e uma dieta à base de feno de capim, rico em fibras, que auxilia no desgaste dos dentes em constante crescimento dos coelhos”, declarou.
Os coelhos também necessitam de um abrigo contra o sol e acesso à luz natural, importantes para o processo de banho de radiação ultravioleta.
“Devido à ausência de glândulas sudoríparas, eles regulam a temperatura corporal através do aumento do ritmo respiratório, mas ainda assim não toleram bem altas temperaturas e exposição direta ao sol. Espaço amplo para exercícios, como área de serviço, terraço ou viveiro, também é essencial”, emendou.
O presidente do CRMV-RJ ainda destacou que coelhos são propensos a problemas respiratórios, de pele e digestivos, muitas vezes decorrentes de mudanças bruscas na dieta, consumo excessivo de alimentos ricos em açúcar ou falta de exercício físico. Problemas de coluna, cardíacos, hepáticos e renais também podem surgir, especialmente em coelhos idosos. Devido ao seu esqueleto frágil, fraturas podem ocorrer por quedas ou saltos mal sucedidos. Fêmeas são suscetíveis a problemas uterinos na meia idade, sendo recomendada a castração precoce entre 6 meses e 1 ano de idade para prevenção. Visitas semestrais ao médico-veterinário especializado em animais silvestres são indispensáveis.
“Coelhos requerem companhia e podem sofrer com a solidão se deixados por longos períodos. Brigas podem surgir entre machos devido ao territorialismo, portanto, se desejar manter machos e fêmeas juntos, a castração é recomendada para evitar reprodução descontrolada”, finalizou.