“Uma realização profissional que tenha sido especialmente significativa para mim foi quando, lá pelos anos de 2010, mais ou menos, eu já estava trabalhando com comportamento e queria muito poder divulgar informações sobre o assunto. Achei que seria interessante ter um espaço para falar na rádio. Bati na porta de uma rádio e me disseram que não tinha espaço, mas que havia uma pessoa lá dentro que gostava muito de animais e talvez pudesse me ajudar. Foi assim que comecei a falar na rádio e estou na rádio desde então.”
Essas são palavras de Rita Ericson (CRMV-RJ 4774), uma médica-veterinária que desde sua formatura na Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1994, atua principalmente com cães e gatos.
Rita tem sido uma voz ativa na divulgação de informações sobre saúde e comportamento animal. Desde seu espaço na Rádio JB FM, onde apresenta boletins diários sobre o assunto, até sua participação em projetos como o podcast “Bichos na Escuta” do G1/Fantástico, a profissional tem contribuído para disseminar conhecimento e promover o bem-estar dos animais.
Ela também destaca sua participação em projetos que impactaram positivamente a comunidade, como sua atuação na Prefeitura do Rio, onde conseguiu verba para reformar um canil municipal e montar um curso de banho e tosa, beneficiando tanto animais quanto pessoas.
Apesar de sua extensa e sólida trajetória, ao longo de sua carreira, a profissional enfrentou momentos de desânimo e frustração, mas superou-os com determinação. “Teve um momento da vida que eu realmente me perguntei se eu deveria continuar trabalhando como veterinária, e fiz um estágio na área de audiovisual. Bastaram 15 dias para eu concluir que eu não queria trabalhar com audiovisual, voltei correndo, apaixonada pela veterinária”, conta ela.
Outra área que se destaca como mulher na medicina veterinária é na tanatologia.
“Tem uma outra área da veterinária que eu gosto muito, que eu trabalho, que é a tanatologia, que é o estudo da morte, do pensamento do morrer, dos desejos de fim de vida, que eu acredito que as mulheres mais uma vez têm essa capacidade de acolher, de escutar, de dar atenção para que nessas situações difíceis que muitos homens não teriam”, disse.
Questionada sobre as principais mudanças que gostaria de ver em relação à igualdade de gênero na medicina veterinária, Rita enfatiza a importância do respeito, igualdade e reconhecimento do trabalho das mulheres na profissão.
“Eu me considero sortuda, privilegiada, porque ao longo desses anos todos de veterinária eu nunca senti uma forte distinção e preconceito comigo”, compartilha Rita ao descrever sua jornada pessoal e profissional como mulher na área. Ela reconhece que, embora tenha tido a sorte de não enfrentar preconceitos significativos, sabe que muitas mulheres na profissão enfrentam desafios, especialmente na área de grandes animais.
Para as mulheres que estão buscando seguir uma carreira na medicina veterinária, Rita oferece um conselho: “Façam e sejam o que elas quiserem. Nós temos total capacidade, direito de trabalhar, de nos desenvolver e sermos respeitadas. E nós precisamos nos respeitar e nos valorizar para que possamos ser valorizadas e respeitadas também.”
Esta matéria faz parte da campanha “A força da mulher brasileira impulsionando o país, a Medicina Veterinária e a Zootecnia”.